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Diário De Uma Quase Sobrevivente Da Cracolândia: 'Perda Total'

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Diário De Uma Quase Sobrevivente Da Cracolândia: 'Perda Total'


A gaúcha Magali passara os últimos 5 dos seus trinta anos rezando na mesma cartilha. No começo da manhã daquele doze de maio, ela se espreguiça ao acordar a respeito um colchonete roto. Sobrevivera a mais uma madrugada dividindo uma das tantas calçadas que lhe serviram de leito nos últimos tempos. A turma maltrapilha começa a se dispersar. Entre sonolenta e arredia, Magali vai, aos poucos, entrando no papo. Fecho o bloco de notas e estendo a mão: "Meu nome é Eliane Trindade. Sou jornalista e trabalho para um jornal chamado Folha de São Paulo". Como Dominar Homem Galinha devolve a bola na mesma toada: "Eu me chamo Edna Magali, já me esqueci quem eu sou e faz um tempão que trabalho para o crack".



Risos e um grande aperto de mão. Estava selada, com toques de ironia e humor, uma empatia que fez da Gaúcha, como Magali é mais conhecida pelos colegas de "trampo", protagonista dessa crônica. Pergunto se ela me concede uma entrevista. Marca pra após o banho e do café da manhã.


Faz fila, próximo com outros usuários de crack, à porta da Cristolândia, tarefa da igreja Batista que atua na área. Retorna quarenta e cinco minutos depois e se esparrama no colchonete. Cruza as pernas e monopoliza a discussão. Leva um lero com "noias" que também filaram o "rango dos crentes". Magali fica mais tempo conversando com Alemão, um dos "radicais", como são chamadas os ex-usuários que viraram missionários e tentam convencer a galera a trocar crack por Cristo. Ela lavou os cabelos tingidos de louro e trocou de roupa -pegou uma muda nova na montanha de peças doadas pelos evangélicos.


Jogou os trapos sujos que usava "não entendo há quantos dias" no lixo. Revigorada pelo banho quente e pela cafeína, participa do culto. É quase meio-dia quando nos sentamos no bar da esquina da rua Barão de Casamento Não é Uma ‘conquista’ , no centro de São Paulo. Magali pede dinheiro pra doar entrevista. Explico que nem ao menos eu nem sequer o jornal pagaríamos para ter o seu depoimento.


10 de um produtor de tevê. Ofereço coxinha e Coca-Cola, o mesmo que eu e o fotógrafo Apu Gomes, escalado para me ver de perto naquela reportagem, comemos pela hora do almoço. Com o estômago forrado e convencida de que não iria alcançar transportar uma graninha da dupla, ela relaxa e desfia tua trajetória.


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  • 21 de novembro de 2015 às 17:07
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  • Gastos Diários - Para que pessoas aparecia gráficos zoom_out_map
  • 07/10/2013 - 13:04 Enviado por: Ines Minha linda amiga! Paz e Bem
  • 5 de dezembro de 2016 às 16:Cinquenta e três / Responder

Pele e osso, exibe inúmeras cicatrizes espalhadas por uma silhueta de "padrão anoréxica". Sua passarela são as ruas do centro até assim território livre pra consumo e venda da "filha miserável e maldita" da cocaína. Duas noites antes, ela conta ter rastejado por grãos de crack de péssima particularidade. Gaúcha destila um vocabulário rico, de quem concluiu o Ensino Médio numa 8 Comportamentos Femininos Que Nos Deixam Malucos! . Filha de uma família de categoria média baixa, ela impossibilita dizer da vida pré-cracolândia.


Naqueles dias, ganhava o noticiário a chegada do óxi, um crack batizado, logo apontado pela polícia e especialistas como mais letal e viciante. Magali constata pela carne outros malefícios não propalados: "Sai pereba para todo lado. Este crack de merda vai comendo a pele. É com o intuito de matar mesmo. Com esse óxi, a cracolândia vai virar 'perebolândia'", profetiza. João Pimentel: Homens E Livros O Dia /p>

Ela mostra feridas novas e outras cicatrizadas. Marcas visíveis dos efeitos devastadores do crack no organismo e pela existência. Com olhos marejados, limita-se a informar a idade deles: 11, 9 e seis anos. Durante o tempo que faz um momentâneo inventário de perdas, vai contando as perebas nas pernas e no braço. Pula uma cicatriz extenso pela barriga, grossa e mal costurada.


xlauragas7

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on Oct 06, 19