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A professora Katemari Rosa ainda se lembra de um dia em que aguardava o ônibus até o colégio Federal de Campina Amplo (PB), onde lecionava física. De imediato era construída em física pela Universidade Federal do Rio Extenso do Sul (UFRGS), com mestrado em Filosofia da Ciência na Faculdade Federal da Bahia (UFBA) e doutorado em Ensino de Ciências pela Faculdade Columbia, nos EUA. No ponto do ônibus, aguardavam alunos, técnicos e funcionários da faculdade. Ela avisou a uma menina que o transporte estava chegando, e a criancinha perguntou o que ela fazia. Katemari respondeu que era professora. Promotora Vai Consultar Familiares De Vítimas Pra Solicitar Pena De Morte A Atirador , preconceito e temáticas afins.
Katemari se incomodou com a pergunta da menina, no entanto acabou não Big Brother Brasil: Not�cias Do BBB11 vinte e quatro horas . Era como se uma mulher negra não pudesse fazer o que ela fazia. No decorrer da existência acadêmica, o desconforto apareceu algumas vezes, como num dia em que estava sentada sozinha na mesa de tua sala, com seu nome escrito pela porta. Uma criança entrou e pediu pra chamar a professora Katemari. O incômodo fez com que Katemari se dedicasse a pesquisar trajetórias e vivências de pesquisadoras negras.
Tua tese de doutorado, defendida nos EUA, é sobre o assunto mulheres negras pela física. Uma dos defeitos à época, lembra, foi obter dados a respeito raça das cientistas brasileiras, o que a levou a focar a procura nas americanas. Só em 2013 o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) passou a indagar aos pesquisadores brasileiros sobre o assunto cor ou raça.
Financiada pelo CNPq, a iniciativa pretende recuperar trajetórias e criar um inédito banco de dados aberto ao público com a história desses cientistas. Ao saber do projeto, estudantes de diferentes partes do nação a procuraram, interessados em participar. No Tocantins, uma garota pediu que orientasse teu trabalho a respeito biólogas negras, diante da dificuldade de descobrir alguém que se interessasse em acompanhá-la.
Um USP Pretende Abrir treze Cursos De Mestrado Profissional , como no caso do estranhamento ao enxergar uma mulher negra professora, é sinal do que Katemari, hoje, aos trinta e nove anos, identifica como racismo estrutural, mas que muitas vezes demorou a distinguir. Oriunda de uma família de categoria média baixa, aluna da instituição pública, construída só pela mãe, Katemari é professora-adjunta do Instituto de Física da UFBA e ficou um nome de fonte contra a invisibilidade de negros na busca acadêmica. Em janeiro de 2017, foi uma das organizadoras do 1º Encontro de Negras e Negros na Física, dentro dos debates do Simpósio Nacional de Ensino de Física, ocorrido no campus da USP em São Carlos.
A professora assim como participou do Diálogo Elas nas Exatas, efetivado no Rio em março deste ano por organizações como Fundo ELAS, Instituto Unibanco, Fundação Carlos Chagas e ONU Mulheres. É uma das pesquisadoras chamadas pelo CNPq a publicar, para a próxima edição do projeto Pioneiras das Ciências, verbetes sobre isso cientistas negras.
Novas iniciativas deste sentido vêm sendo conduzidas na Agregação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), montada em 2000 com o intuito de organizar encontros e publicações com tópico em pesquisas produzidas por negros ou voltadas para a temática. Apaixonada por física - ("Apesar das aulas terríveis do ensino médio", brinca -, Katemari diz que se interessou na área desde guria, no momento em que passava horas observando o céu e dizia que seria astrofísica.
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A escola técnica onde estudou, hoje IFRS (Instituto Federal do Rio Grande do Sul), ficava ao lado do planetário da UFRGS. Ela perdeu a conta de a quantas sessões assistiu. Em sala de aula, uma de suas preocupações é trabalhar no que hoje se chama de "descolonização" do ensino, com uma proposta que traga novos conceitos, saberes e escolas. Nessa batalha, Katemari diz que é preciso reflexionar numa outra ordem para fazer contrário. E a astrofísica, pergunta a BBC Brasil? Katemari achou chatíssima. Preferiu o eletromagnetismo, a filosofia e a procura por novas estrelas - negros e negras que brilham nas ciências.