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O designer paulistano Roger Oddone, de 37 anos, é um dos responsáveis na recente modificação visual do Uber, o famoso aplicativo de contratação de motoristas. Ele esteve por trás, por exemplo, da transformação radical do logotipo da empresa e do ícone do app em smartphones - uma modificação anunciada em fevereiro. Em vez de do antigo “U” que caracterizava a marca, nesta hora o logo tem maneira hexagonal (quando exposto a motoristas) ou circular (para passageiros).
As transformações que ele fez sofreram duras avaliações. A revista americana Fortune, a título de exemplo, defendeu que “o novo logo é um erro”. “É natural”, rebate Oddone. “Quando se muda alguma coisa em uma organização de tamanha visibilidade, surgirão reclamações. Só que o caso é que tínhamos de nos reformular”, completa. Na entrevista a seguir, o designer conta como foi participar do projeto, tido como de suma importancia pro Uber.
Por que era fundamental este redesenho completo do app? Há dois motivos. O primeiro é que, no começo, éramos só uma corporação de nicho e local. Atuávamos com automóveis de luxo em São Francisco. Wikipédia, A Enciclopédia Livre , viramos globais, nos popularizamos e hoje estamos em quatrocentos cidades em setenta países. Essa globalização da marca levou a uma mudança pela mensagem que queremos atravessar, visualmente, a nossos compradores.
A segunda justificativa é, na realidade, descomplicado. O projeto visual anterior sofria de dificuldades técnicos. O logotipo, tais como, era insuficiente perceptível quando em tamanhos menores, como em um ícone na tela do celular. Ademais, a paleta cromática usada era limitadíssima, restrita a preto, branco e azul. Uma corporação global precisa possuir uma cara mais globalizada. O que os guiou nessa transformação visual?
É interessante ressaltar que reformulamos toda a identidade visual, que vai além do logotipo, que é o que mais se destaca. Há inmensuráveis outros elementos que mudamos, como o ícone do aplicativo e o estilo de ilustração. A ideia motivadora, que serviu de base para tudo que realizamos, é a de que somos uma empresa que combina bits e átomos.
Lidamos com tecnologia e, dessa maneira, a fonte aos bits, a menor partícula de detalhes digital. Só que atuamos transformando o universo real, feito de átomos. Essa é a ideia que queremos transmitir com o novo logotipo e com a identidade visual que gerei. Outro ponto fundamental é que gostamos de celebrar cada cidade em que atuamos. Apesar de sermos globais, nossa ação é localizada, nos municípios. Deste modo, criamos uma variante de cores única para representar cada povo.
O aplicativo utilizado no Brasil, por exemplo, já conta com cores mais vibrantes, refletindo a animação de nosso público. Além do mais, os padrões visuais do app brasileiro são inspirados nos desenhos do calçadão do Rio de Janeiro e dos jardins do artista plástico Roberto Burle Marx. Isto é, nos tornamos adequados à cada cultura, de cada país, em que estamos.