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Correlato / PARIS — Houve um tempo, no século 20, que operários franceses passaram, por potência de lei, a ser pagos durante um momento no qual não trabalhavam. O objetivo da legislação que construiu as férias remuneradas, em 1936, era permitir aos trabalhadores que usufruíssem do lazer e recarregassem tuas baterias pra regressar à labuta com alto grau de produtividade.
Hoje, insuficiente menos de cem anos depois, trabalhamos pra assegurar o melhor lazer possível, em viagens de turismo ao outro lado do planeta. Segundo Maffesoli, “a população do lazer é uma espécie de apogeu da sociedade do consumo, da sociedade produtivista moderna”. Em entrevista exclusiva ao Estado, o autor de, além de outros mais, O Tempo das Tribos, explica como o valor ‘trabalho’ está sendo superado pela concepção do ócio, essência da criatividade. Qual será o tópico de sua conferência em São Paulo? Como é Um Curso De Matemática Em 9 Perguntas E Respostas é o lazer pela era da globalização. Eu retomo minhas ideias de base.
Retomo a ideia de Ortega y Gasset sobre o ‘imperativo atmosférico’, quer dizer, o local, o clima no qual estamos mergulhados. Irei fazer uma crítica da população do lazer e ela marca o final da comunidade do consumo. No fundo, o lazer se inscreve em uma espécie de prevalência de ingerir - que sejam bens, objetos ou o lazer. Em oposição a isso, no clima atual, pela vida cotidiana, há um regresso do ‘otium’ (ócio), quer dizer, do desejo da criatividade. Numa expressão, para utilizar uma frase de Nietzsche, a desejo de fazer de nossas vidas uma obra de arte.
Em torno do lazer consumível, há um regresso à meio ambiente, tais como. Cada vez mais as férias são menos o consumo do lazer - deslocar-se à praia ou coisas do gênero - e cada vez mais atividades que valorizam o ‘otium’, quer dizer, a criatividade. Essa é a minha tese geral. Não estamos numa comunidade do lazer, entretanto em uma nação criativa.
Uma comunidade criativa e, ao mesmo tempo, hedonista. Para mim, o denominador comum de tudo isso é Dionísio. Pela população do consumo, do trabalho, a figura que predominava era Prometeu, a figura emblemática do serviço, símbolo da indústria. Hoje eu vejo cada vez mais espaço à extensão dionisíaca, hedonista. Para mim, é isso o espírito do tempo, o ‘imperativo atmosférico’.
O senhor trabalhou também muito a respeito da ideia do nomadismo. O turismo, como manifestação superior do lazer, é uma espécie de nomadismo efêmero do nosso tempo, não? Sim. A frase turismo, no século 19, significava oferecer uma volta. Os ingleses começaram a fazer viagens à Itália, à Grécia - lugares culturais que simbolizavam a criatividade. Vivemos numa época de nomadismo exacerbado, que vai próximo com o tribalismo. É engraçado ver de perto que as viagens se dão com muita regularidade em grupos, ou melhor, em tribos que se encontram pelo alegria das férias. Palestra Carreira E Sucesso , o lazer é a manifestação do nomadismo, do tribalismo e do hedonismo. 8 Programas Para Trocar Olhares Apaixonados /p>
Eis o que eu considero de alguma mandeira a sociedade da criatividade. Mesmo que partamos sozinhos, fazemos parte de uma tribo que cota a um recinto. De alguma mandeira, um espaço determina a ligação (‘le lieu qui fait le lien’, em francês) entre as pessoas, não? Vagas De Emprego Em Moçambique , ou partimos com nossa tribo, nossos amigos, ou buscamos uma tribo que vai se gerar pela praia, nas caminhadas na montanha.
Há uma medida tribal no turismo e no lazer. O senhor fala de ‘lugares empíricos’, ‘espaços festivos’, os ‘territórios urbanos’. Todas essas ideias são capazes de ser aplicadas ao turismo e ao lazer, não? Inteiramente. O que eu considero interessante é que procuramos lugares simbólicos que nos aportam uma maneira de regeneração, de conforto, e logo de vínculos na tribo. Tomemos o exemplo a peregrinação de Santiago de Compostela, pela Espanha, sobre o qual falarei pela conferência.
Um estudo indicou que 70% das pessoas que exercem a peregrinação não são cristãs praticantes. Isto é, elas não são movidas por uma fé, uma crença, uma ideologia cristã, no entanto somente pelo episódio de que, fazendo essa caminhada, a cada escala encontramos o outro. É muito peculiar do tribalismo e do nomadismo. Nas enormes cidades contemporâneas nós estamos isolados, solitários, entretanto graças ao nomadismo nós vamos reencontrar o outro, no mesmo instante em que partilhamos um local de encontro.