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Andréa Maciel, de trinta e quatro anos, estava grávida de sete meses no momento em que foi presa por desacato a autoridade, em novembro de 2016. A ex-moradora de estrada ficou seis meses na cadeia. Pela última terça (20), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que mulheres grávidas e mães de criancinhas de até doze anos que estejam em prisão provisória --situação que Andréa estava--têm o certo de ficar em prisão domiciliar até o julgamento. Andréa não teve essa chance e conta, por este depoimento, a experiência de ter ficado com a filha em uma cela com três presidiárias gestantes.
“Estava grávida de 7 meses quando fui presa após me envolver em uma confusão com um morador que pediu pra eu tirar um colchão que estava em frente à residência dele. Eu morava pela estrada há 3 anos e me recusei a obedecê-lo. Tinha bebido e usado drogas. Ele chamou a polícia, eu briguei com os policiais e fui presa por desacato a autoridade. Fui mandada pro Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa, em Fortaleza (CE), onde permaneci por seis meses. Fiquei pela ala reservada às gestantes e mães com filhos. Dividia a cela com mais três grávidas.
As celas ficavam abertas e podíamos circular pelo pátio durante o dia. Fiz o pré-natal pela cadeia. Passava com o médico uma vez por mês. Fiz exames de sangue e o ultrassom ilustrou que eu teria uma criança. Neste momento era mãe do João Mateus, de 17 anos, e de uma nenê, de 2 anos, que nasceu com deficiência. Ela nasceu no momento em que morava pela rodovia e eu a dei para alguém cuidar. Uma vez por semana, o pessoal da igreja ia ao presídio e eu participava dos grupos de estudo e de oração. Eu me sentia em paz. Só tinha o vontade de sair da cadeia e ser uma nova pessoa.

Eu não tinha nada para a minha filha. Montei meu enxoval com as doações das igrejas. Ganhei roupinha fralda, banheira, mamadeira e produtos de higiene pessoal. Estava com trinta e oito semanas quando comecei a notar muita dor e perder líquido. Avisei a agente penitenciária. Foi um sufoco, fiquei esperando quase 3 horas até eles fazerem relatório e arranjarem automóvel pra me conduzir ao hospital. É muita burocracia. De imediato vi mãe parir pela cadeia e não queria isto, morria de terror. Dicas Extraordinárias Pra Ter Sucesso Em uma Entrevista De Emprego minha filha no hospital, escoltada por policiais, dentro de um camburão.
Eu me senti muito humilhada. ] pelo motivo de tinha feito qualquer coisa de falso e estava pagando, porém nem sequer então merecia uma circunstância como aquela. Nenhuma presa merece. Nós deveríamos ter o justo de dirigir-se numa ambulância com enfermeiro. Se ocorre algo e o piá nasce antes do tempo ou tem um dificuldade, as agentes penitenciárias não estão preparadas para isso.
O parto da Ariadina foi muito rapidamente. Ela teve uma complicação e ficou 10 dias internada. Uma agente penitenciária ficava no quarto conosco o tempo todo. Ela observava tudo o que eu fazia com o meu bebê. A volta pra cadeia foi lamentoso, sofri muito com a minha filha pela prisão. Ela não tinha berço, Especialista Dá 7 Dicas Para as pessoas que Está Desempregado na cama.
A fase de cólicas foi bem penoso, ela chorava muito à noite e atrapalhava o sono das algumas presas. Dava desespero ficar com ela daquele jeito naquela cela pequena e abafada. Eu chorava dia e noite. Uma vez por semana eu levava ela pela consulta com a pediatra dentro do presídio.
A médica a examinava, tirava as medidas, peso, perguntava como estava a amamentação e o sono dela. As outras presidiárias me ajudavam e ficavam com a Ariadina no momento em que eu precisava tomar uma ducha e lavar as roupinhas dela. Voluntário Difunde Mecanismo De Prisões Humanizadas Exportado Pra 19 Países cela era muito limpa. Diariamente uma presa fazia faxina.
Nós tínhamos susto de segurar alguma bactéria ou doença em consequência a da sujeira. Adquirir Emprego é Mais complexo Pra Fumantes, Diz Estudo continuei dividindo a cela com as mesmas três grávidas, minha sorte é que só eu tinha tido rapaz. Nas novas celas era muito sofrimento e desarrumação, havia algumas garotas e várias delas ficavam doentes e choravam.
Isso montava um estresse muito grande entre as mães. Elas brigavam e discutiam. No momento em que a Ariadina completou quatro meses de vida, fui solta. Foi uma sensação maravilhosa. Estou batalhando pra aperfeiçoar a cada dia. Fomos viver com a minha sogra e há seis meses iniciei a oficina de corte e costura pela Nação da Redenção. Meu sonho é terminar o curso, arranjar um emprego e alugar uma casa pra residir com os meus filhos. Amo minha autonomia e não pretendo nunca mais retornar para a cadeia”.