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SÃO PAULO - Ninguém é só paulistano - somos um tanto portugueses, italianos, japoneses, espanhóis e, principalmente, a mistura de tudo isso. No total, 292.288 estrangeiros se mudaram para São Paulo entre 2001 e 2017, praticamente o equivalente à população de uma cidade como Taubaté. Os bolivianos, com facilidade notados essencialmente nos bairros centrais da cidade, como o Prazeroso Retiro, lideram o ranking.
Depois aparecem chineses, haitianos, americanos, peruanos, argentinos, colombianos, paraguaios, japoneses e franceses. Pela outra ponta do levantamento, há nacionalidades que só "exportaram" um cidadão para a capital paulista: casos de Lesoto, Samoa Americana e Lichtenstein. Isto remete à nossa História, cheia de histórias de imigrações. São Paulo foi montada graças ao suor daqueles que vieram de fora, diversas vezes sem nada, prontos pra fazer a existência.
Em setembro de 2006, 10 cabeleireiros jogavam futsal numa quadra pública na periferia de La Paz, capital da Bolívia. Um deles estava com problemas familiares. E sairia dali decidido a nunca mais regressar: nem sequer ao futebol nem sequer aos fregueses do dia-a-dia nem ao menos a nada que o conectasse à existência até sendo assim. Naquela noite, depois do jogo, Marcelo Laura Apaza bebeu mais cerveja do que de hábito e tornou a brigar com a ex-mulher, mãe dos três filhos.
Bateu pela moradia da mãe, Noemi, e divulgou a partida. Centro De Educação Da Faculdade Federal De Pernambuco Ela fez que não acreditou muito. Dizia que eu só estava ameaçando”, recorda-se. Botou fé ainda que viu que uma das irmãs o ajudava a fazer a mala. Apaza não mais voltou a observar mãe, irmãs, La Paz. Agora, a Bíblia da mãe é tua companhia noturna frequente, guardada dentro da fronha, mais companhia do que o respectivo travesseiro.
Ele tomou um ônibus até Santa Cruz de La Sierra. Hesitou entre Argentina e o Brasil, entretanto amigos que de imediato haviam tentado a vida em solo portenho o desmotivaram da primeira ideia. Rumou pra Puerto Quijarro. Posteriormente, Corumbá, prontamente em solo brasileiro. Depois de Passar Em Concurso, Ex-morador De Estrada Quer Doar Palestras um ônibus e onze horas e meia depois, Apaza desembarcava no Terminal Rodoviário da Barra Funda, pela zona oeste de São Paulo. “Vim sem nem avisar meus filhos”, conta ele. Carreira Ou Família? , Raul tinha 15 anos e Henry, 13. Blanca, a caçula, era uma moça de dez anos.Na sua última parada antes da capital paulista, Apaza tratou de telefonar pra um primo teu que já vivia em São Paulo.
Combinou que ele iria esperá-lo desembarcar. “Mas era tanta gente naquela rodoviária que foram horas até conseguir encontrá-lo”, diz. Sua ideia era engrossar o imenso exército de bolivianos que trabalham como costureiros pela cidade, sobretudo em confecções situadas no bairro do Agradável Retiro, pela região central. Foram seis meses em que a tesoura do cabeleireiro deu território à do costureiro.