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O Parapsicólogo: Duvidar Pra Ter fé

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Se pretendesse ser original, esse texto deveria NÃO começar desta forma: há pouco mais de 30 anos, Ana Cristina César morreu; jogou-se da janela do apartamento dos pais, aos trinta e um anos, no Rio de Janeiro (era vinte e nove de outubro). Poética, editado com o esmero e a propriedade tradicionais da Companhia e lançado na semana passada, tem a curadoria editorial e exibição do poeta e conhecido Armando Freitas Filho, posfácio da professora Viviane Bosi e um robusto apêndice. São livros fora de catálogo há décadas, como A teus pés e Inéditos e dispersos, originalmente publicados pela Brasiliense. Nada de que padeça a estreia ajeitado por Armando Freitas Filho.



Seja nos textos delimitados pelo ponto conclusão da poeta, seja nos inacabados (que Freitas Filho batizou de “visita à oficina”), Poética tem o mérito de adicionar num volume único, de maneira inédita, a obra em poesia de Ana Cristina. Freitas Filho era o melhor amigo de Ana Cristina: naquele vinte e nove de outubro, ambos se falaram por volta de 12h30. Insuficiente depois das 13 horas, a mãe dela telefonou desesperada, contando que a filha se jogara da janela.


Alguns dias mais tarde, levaria ao apartamento de Freitas Filho quatro caixas de papelão repletos de escritos. Ana Cristina deixara para ele a responsabilidade de cuidar postumamente de suas publicações. Poética abre com Cenas de abril, de 1979. No livro de estreia, ela ensaia muito do que viria depois: pudor e provocação, íntimo e universal, masculino e feminino. Estou graciosa que é um desperdício. Hoje beijo os pacientes pela entrada e pela saída com desvelo técnico.


Freud e eu brigamos muito. O livro prossegue com Informações Pra Ir EM PROVAS E CONCURSOS , do mesmo ano, assinado como Ana Cristina C (desta maneira mesmo). Um livreto bem humorado composto de uma só carta, de Júlia para alguém não nomeado, tendo como “personagens confessos”, tirados da vida real, Mary e Gil. Luvas de pelica (1980) reúne poemas escritos pela Inglaterra, pra onde ela foi fazer mestrado em tradução literária na Faculdade de Essex.


A paixão, Reinaldo, é uma fera que hiberna precariamente.

Ficam evidentes marcas de teu modo: a emoção de perda, melancolia e desnorteio. Eu só enjoo no momento em que olho o mar, me citou a comissária do sea-jet. Estou partindo com suspiro de alívio. A paixão, Reinaldo, é uma fera que hiberna precariamente. Esquece a paixão, meu bem; nesses campos ingleses, deste lago com patos, atrás das altas vidraças de onde leio os metafísicos, meu bem.




Não necessite nada que perturbe este lago imediatamente, bem. Não pega mais o meu organismo; não pega mais o seu organismo. Não escrevo mais. Estou desenhando em uma vila que não me pertence. Não penso na partida. Meus garranchos são hoje e se acabaram. Explico mais ainda: comentar não me tira da pauta; vou passar a desenhar; pra sair da pauta. Curso Superior De Tecnologia , em A teus pés (1982) Ana Cristina Cesar voltaria assumida à tua assinatura oficial, eliminaria a abreviatura, tiraria a máscara dos óculos escuros e recuperaria a tua identidade como poeta sem disfarces.


Diálogo de surdos, não: amistoso no gelado.

Aparecem essencialmente textos ultrassintéticos, mas desdobráveis em diversas leituras. “Ana C. concede ao leitor”, escreveu o companheiro Caio Fernando Abreu, “aquele saboroso prazer meio proibido de espiar a intimidade alheia pelo buraco da fechadura”. Diálogo de surdos, não: amistoso no gelado. As mulheres e as garotas são as primeiras que desistem de afundar navios. Preciso reverter e olhar aqueles dois quartos vazios. Pra Ser Diplomata No Povo Basta Ter Curso Superior /p>

Do espelho em frente. Como se vê, Ana Cristina Cesar toca muito as mulheres. Moderna e liberta, fala abertamente de teu organismo e de tua sexualidade, ao mesmo tempo derramando-se numa delicadeza que, à primeira visão, poderia conflitar com o feminismo vigente na data. Embates de um feminino inquieto, como define o poeta e professor Italo Moriconi, ao apresentar Poética.


No episódio de inéditos, “Visita à oficina”, há um utensílio mais curto e com toda certeza de pequeno importância do que os neste momento publicados. São também poemas inacabados, um deles escrito ainda na adolescência, aos 16 anos. Por ele ganhou nota dez da professora e o elogio: “Lindo! Em outro exibe uma maturidade incomum para a idade: “Estar em fraude - não consigo mesmo, não consigo mesmo.


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on Jan 30, 20