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A vida como ela não é. Esse era o pensamento do estudante de jornalismo Vinícius Lima em 2013, ao atravessar os olhos pelas fotos do Instagram. Em dezembro de 2013, essa percepção levou Lima e alguns amigos —"uns 30, 40"— a fotografar "o que é invisível na cidade e publicar no Instagram", isto é, tudo que não se vê retratado para a posteridade.
A ideia era simples: desestabilizar a rotina dos seguidores na plataforma de imagens, onde pululam imagens fofas —e bem distantes da realidade. A brincadeira deu origem a imagens de lixo nas calçadas, buracos na via, prédios abandonados, ônibus lotado. Aquele dia ficou famoso no grupo de Lima e seus amigos como SP Invisível. O nome voltaria a ser usado meses depois, em março de 2014. Lima e um colega, o estudante de cinema André Soler, estavam lembrando das fotos de invisíveis no momento em que decidiram montar um movimento e estender a experiência. Surgiu daí a página de Facebook SP Invisível.
Um desses moradores de estrada é Caco, de cinquenta e cinco O Que Você Está Fazendo Para Melhorar A Experiência De Compra Do Teu Freguês? . Segundo o depoimento colhido pelo pessoal do SP Invisível, Caco veio para São Paulo com 11 anos, não aprecia ser denominado como hippie e teve um filho que morreu atropelado enquanto corria atrás de uma pipa. Esse é o nome? Vamos fazer este nome amadurecer! Bora discutir sim, tava indo pegar uma pedra, este papo me fez não destinar-se. A Guerra Do Bem Contra O Mal O Dia que ó, toma cuidado com as histórias em razão de essa imprensa que tá aí não domina o que fala da gente.

Eu me chamo Eduardo Raimundo, to com 36 anos. Após acabar por aqui, vamos tocar um violão ali no canto, só para a gente se divertir. Eu vim parar neste local graças a do crack. Conheci a pedra em São Miguel Paulista. Primeiro foi o álcool, depois a cocaína, porém aí eu vi que tava afim de morrer e fiquei uns anos sem usar nada, só que há uns três anos eu voltei pras drogas e fui direto pro crack.
Sou um moço incontrolável. Lembro até hoje do dia que vim com o objetivo de cá: eu e meu filho, que tinha 9 anos pela época, viemos solucionar umas coisas de documentação no centro e demos uma pausa com o intuito de descansar no Parque da Luminosidade. No tempo em que ele brincava, eu falei afim de ele permanecer lá que o papai já voltava, ele é muito obediente e ficou.
Fui só caminhar, mas deste passeio passei na cracolândia, bateu uma abstinência, dei uns tragos e fiquei por lá. Depois de uma vida de merda fumando e bebendo, fumando e bebendo, eu fui pra Santa Luzia e lá eu acordei e fui procurar a igreja católica. O padre de lá deixou eu trocar cartas com a minha mulher e entende o que eu localizei?
Antes de sair de casa naquele dia, ela colocou no bolso do meu filho um bilhete com o endereço e o telefone de casa e argumentou, 'se o papai fizer besteira, me liga e me espera'. Ele hoje tá com 13 anos e é um baterista fora de série. Os dois falam com o intuito de eu regressar, minha mulher ainda me gosta de, porém eu tenho terror da reação deles se eu aparecer assim sendo todo sujo e crackudo. O mais difícil é você se exceder. Se for coisa de igreja, nem vem que eu não almejo conversa.