O Ano Em Que Eu Morri

Minha morte aconteceu de repente. Nós recebemos convidados pra celebração de Ano-Novo, e passamos a noite conversando, cantando, ouvindo música e comendo. Brindamos o ano de 2013 ao redor da Televisão, analisando a contagem regressiva pra meia-noite. Eu amei aquele momento mágico, entre o último segundo do ano velho e o primeiro do novo: a pausa microscópica entre o passado e o futuro, as experctativas e expectativas.

Mais tarde fui deitar, cheia de celebração e alegria. Na manhã seguinte, o clima ainda era festivo. O dia estava jeitoso. Era inverno, com um tanto de neve. Fomos ceder uma volta pelo rio, perto de casa. Nós morávamos numa amplo cidade dinamarquesa, um lugar fantástico. Tínhamos comprado a casa alguns anos antes, logo antes do nascimento do nosso primeiro filho, Daniel. Queríamos mais espaço e um quintal. Enquanto estávamos andando na margem do rio, eu senti muito gelado.

Meus braços e pernas ficaram dormentes e pesados. Fui ficando pra trás e tentei conseguir minha família, porém não consegui. Tentei chamar Peter, meu marido, no entanto senti que não tinha fôlego. Mesmo por isso, não dei seriedade. Toda humanidade fica meio cansado no dia seguinte ao Réveillon. Voltamos pra residência, e continuei sentindo frio. Fui direto tomar um banho quente de banheira. Mas não conseguia me aquecer.

Saí do banho tremendo. Deitei na cama e chamei o Peter. “Pode segurar uns cobertores, por gentileza? “Tudo bem contigo? Eu não respondi. Peter fez uma cara preocupada no tempo em que me cobria. “Continuo morrendo de frio”, eu comentou. Meus dentes batiam, e meus braços e pernas tremiam. Pedi que Peter apagasse a luz. Minha temperatura continuou a desabar conforme as horas, que pareciam dias, iam passando. Todavia aí a febre bateu. Fiquei deitada ali, tremendo de frio e de calor. Meus pensamentos começaram a ficar conturbados.

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Será que amanhã era dia de instituição? Eu queria levantar e fazer o lanche das crianças. Comecei a vomitar muito. “Rikke, eu irei chamar o médico”, Peter citou. O médico veio até nossa casa. “É a gripe. Consuelo De Castro Leva Consigo A Arte De Fazer Grandes Diálogos mundo inteiro está pegando. Você vai permanecer bem”, ele me alegou. O Tamiflu não fez nenhuma diferença.

Na manhã, meu vômito ficou escuro e Aí, Jogue A Fita No Lixo . Eu não conseguia misturar a cabeça até o balde. Alguns minutos depois, duas ambulâncias chegaram. Paramédicos corriam pela residência, gritando, empurrando móveis, estavam neste local pra salvar uma vida. Eu não os senti transportando meu corpo. Eu estava indo ainda que. Maquiagem Pra Principiantes, Aprenda Qual O Pincel E Esponja Melhor coração desacelerou. Até que ele parou.

Eu estava clinicamente falecida. Não vi nada. Nada de claridade no encerramento do túnel, anjos, harpas. Nada de Paraíso, nem ao menos Inferno. Nada. Estar falecido é exatamente isto. Você some. É fácil e apavorante em vista disso. Me colocaram numa cama da UTI, isolada de todos os outros pacientes. Meus pais, minha irmã, Peter e os pais dele estavam lá. Um médico foi discutir com eles.

Minha irmã, Peter me mostrou depois, foi a primeira a expor. “Eu só desejo saber uma coisa. Ela ainda vai estar nesse lugar amanhã? ” “Nós não sabemos”, respondeu o médico. Meu corpo humano estava em choque séptico, e tinha começado a se autodestruir. Inmensuráveis coágulos de sangue estavam explodindo dentro de mim, como pequenos fogos de artifício, e as veias pequenos começaram a vazar.

Meu organismo estava inchado, com quase vinte quilos a mais; minhas mãos, pés e nariz estavam ficando pretos. Meu rosto e o resto do organismo estavam roxos, azuis, vermelho-escuro, como num mosaico. Eu estava em coma profundo. Os médicos suspeitavam que eu tivesse uma infecção bacteriana, contudo era apenas um palpite.